A plataforma Moodle é na maioria das vezes referida como um CMS (Course Management System) por ser um
sistema de gestão de disciplinas/cursos, mas alguns autores integram-no também
nos LMS (Learning Management Systems).
Os LMS são Sistemas de Gestão de Aprendizagem suportados por aplicações
informáticas que gerem todo o processo de ensino e aprendizagem e permitem a
individualização dos processos, uma vez que implicam a autenticação de cada
aprendente, podendo cada um aceder a situações específicas e que permitem
observar o percurso do aluno. O CMS
(Course Management System) é
um software que faz a gestão do percurso do aluno, acompanha e monitoriza o seu
desempenho, e cria e distribui conteúdos de um curso. Permite organizar e gerir
material de um ou mais cursos, disponibiliza ferramentas para comunicação
e interacção entre os intervenientes.
A plataforma Moodle
apoia-se nos princípios teóricos da teoria construtivista da aprendizagem e
influenciado por investigadores como Papert,
Von Glasersfeld, Duffy &
Cunningham, entre outros, Dougiamas
desenhou a plataforma Moodle de modo
a criar oportunidades de interacção e trabalho colaborativo entre os
utilizadores e a ser mais centrada no aluno, levando-o a construir o seu
próprio saber, aprendendo a aprender.
Como
refere Carvalho (2007:34) “aceder a uma plataforma normalmente, implica ter uma
palavra passe. Por esse motivo, a informação fica privada ao professor e aos
seus alunos, podendo estes constituir uma pequena comunidade de aprendizagem.
Em privado, partilham as dúvidas, as descobertas, as reflexões. Professores e
alunos ficam protegidos da curiosidade alheia”. Por outro lado “como se está
protegido, também se perde o contacto com outros interlocutores”. Com a
plataforma Moodle, cada
professor/formador poderá dinamizar uma disciplina/curso ao qual apenas os participantes
registados têm acesso ou podem optar por definir que tudo tenha acesso livre.
O facto de ser software livre, levou a que fosse uma aposta
nas escolas públicas portuguesas: por um lado é gratuito e por outro
porque é modular, podemos sempre acrescentar-lhe novos módulos, além de ser
relativamente fácil de utilizar.
Roteiros para utilizar o Moodle como professor/formador
O Moodle organiza-se por áreas de trabalho que habitualmente se denominam disciplinas ou
cursos, que disponibilizam diversas ferramentas/módulos com diferentes funções.
Algumas servem meramente como repositório de recursos onde se consulta
informação, outras promovem actividades interactivas e ainda dispõe de
ferramentas para fomentar a comunicação de forma síncrona e assíncrona.
Na plataforma de e-learning
Moodle os cursos/disciplinas podem
ser configurados em três formatos, de acordo
com a actividade a ser desenvolvida:
Formato
Social: em que o tema é articulado em torno de um fórum publicado na página
principal;
Formato
Semanal: no qual o curso é organizado em semanas, com datas de início e fim;
Formato
em Tópicos: onde cada assunto a ser discutido representa um tópico, sem limite
de tempo pré-definido.
Vejamos então o conjunto de
módulos ou ferramentas que o MOODLE dispõe e que torna possíveis essas
diferentes actividades:
Fóruns:
São ferramentas de discussão assíncrona por
natureza. No MOODLE eles podem ser definidos para
(i) uma discussão
geral onde todos os membros participam;
(ii) uma única discussão;
(iii) sem
respostas;
(iv) só para um grupo de trabalho.
Ao utiliza-lo para dinamizar uma discussão em
grupo, deverão ser definidas regras de participação e com a comunicação mediada
pelo professor ou líderes de grupo por exemplo.
Na discussão de um tema, permite a classificação
de mensagens, inclusivamente pelos alunos. As mensagens podem incluir anexos em
diferentes formatos (imagens, pdf, documento de texto, vídeo, áudio, zip, etc…),
partilhando os ficheiros ao grupo.
Chats:
São locais de comunicação
síncrona, permitem a troca de pequenas mensagens de texto. Local onde é
possível realizar brainstormings, esclarecimento de dúvidas, etc… Estas
sessões podem ser calendarizadas, podendo ser utilizados para discutir um tema
ou tirar dúvidas.
Adequado para usar a
distância, para comunicação em tempo real, deve ser utilizado em grupo,
definido regras de participação e com a comunicação mediada pelo professor ou
líderes de grupo por exemplo.
Testes:
O professor pode criar
testes, em diferentes formatos de resposta: (i) verdadeiro ou falso; (ii)
escolha múltipla; (iii) correspondência, entre outros. É também possível escolher
respostas aleatoriamente, corrigi-las automaticamente e exportar os dados para uma
folha de cálculo ou documento de texto.
Trabalhos:
Os trabalhos permitem ao
professor comentar documentos enviados pelos alunos, criados off-line ou
on-line. Permite também classificar os mesmos, sendo que as avaliações
feitas pelo professor podem ser visíveis para o aluno e exportáveis pelo
professor para uma folha de cálculo. Os ficheiros do aluno e comentários do
aluno, apenas são visualizados pelo aluno interveniente no processo.
Wikis:
São ferramentas que dão aos
alunos e professores a possibilidade de colaborar entre si, através da
construção de hipertexto que representa o conhecimento construído socialmente
pela comunidade de aprendizagem. O aluno assume a função de editor.
O documento é iniciado
quando um aluno ou professor faz a primeira entrada na ferramenta alusivo a
determinado tema. Os outros alunos têm a possibilidade de modificá-lo
desenvolvendo as ideias do ponto de vista colocado.
Glossários:
Permitem aos participantes
da disciplina criar dicionários, bases de dados documentais ou de ficheiros,
galerias de imagens ou mesmo ligações que podem ser facilmente pesquisados.
Cada entrada permite comentário e avaliação.
Lições:
Consiste num número de
páginas ou diapositivos que podem ter questões intercaladas com algum tipo de
classificação e que o prosseguimento do aluno pode estar dependente das suas
respostas.
Actividades SCORM:
O Acrónimo SCORM
significa Sharable Content Object Reference Model e está relacionado com
um conjunto de directrizes técnicas que têm como objectivo permitir a partilha
de objectos de aprendizagem baseados em tecnologias Web.
Trata-se da padronização de um modelo que permite a
reutilização, acessibilidade e interoperabilidade dos objectos de aprendizagem,
objectos estes, frequentemente utilizados nas plataformas de e-learning.
Com o módulo de actividades SCORM é possível importar para o MOODLE
os objectos de aprendizagem neste formato, os quais podem ser combinados entre
si para criar um linha progressiva na transmissão dos conteúdos, realizando um
percurso de aprendizagem.
Inquéritos:
Esta ferramenta é
constituída por um conjunto de instrumentos que permite de forma muito eficaz a
avaliação da aprendizagem e a consulta da opinião dos alunos inscritos numa
disciplina.
Referendos:
Os referendos podem ser
utilizados para recolha de opiniões dos elementos da comunidade ou para
inscrição numa determinada actividade, sendo as opções de escolha definidas
pelo professor ou moderador.
Questionários:
Os questionários são uma
ferramenta de inquéritos que podem ser realizados a participantes de diferentes
disciplinas (a todos os participantes do MOODLE) ou só aos alunos de uma
disciplina. Permite o anonimato e a exportação dos dados para um ficheiro de
texto ou folha de cálculo.
Workshop:
Este módulo ou actividade
permite aos alunos colaborarem na construção de possíveis soluções para um
problema autêntico e avaliar em grupo as soluções apresentadas.
Diário:
Adequado
para usar a distância, para comunicação em diferido. É utilizado para reflexão
individual, estruturação de ideias. Privilegia a comunicação com alunos mais
introvertidos.