quarta-feira, 29 de maio de 2013

Reflexões… sobre formação


Face aos desafios com que a escola se confronta, quer pelo ensaio de sucessivas reformas na educação, quer pela evolução da sociedade de informação, quer pela multiculturalidade com que nos confrontamos, quer pelas transformações de atitudes e valores que hoje vivenciamos, tendo, ainda, em conta que o contexto social é diferente, a forma de ser, de estar, de atuar e de pensar, bem como dos hábitos dos alunos são diferentes e diversos. Face a todos estes desafios, questionamo-nos, se pode, o professor de hoje (con)formar-se com o que sempre fez, implementar as mesmas práticas, utilizar os mesmos recursos, enfim, agir como se à sua volta nada tivesse mudado. O aluno mudou mais do que o professor e a escola, por isso, se pretendemos que a escola funcione centrada nos alunos, então, teremos de os acompanhar. O artigo sugerido para leitura “Entrar em Harvard sem sair de casa” pode ser interpretado sob diversas perspetivas. Temos aqui um dilema entre o formar-se e o (con)formar-se numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, mas também uma linha muito ténue entre aprendizagem formal e informal e por outro lado as oportunidades de formação a distância versus formação presencial. Três dilemas que dariam para escrever páginas sem fim e sobre os quais também muito já se escreveu.

O conceito de aprendizagem tem-se desenvolvido essencialmente associado ao paradigma de aprendizagem ao longo da vida, imposta pelas exigências da sociedade: valorização das competências e reciclagem constante dos conhecimentos. Canário (1999) afirma que "a educação de adultos, tal como a conhecemos hoje, é um fenómeno recente, mas não constitui novidade. Concebendo a educação como um processo largo e multiforme que se confunde com o processo de vida de cada indivíduo, toma-se evidente que sempre existiu educação de adultos" (p. 11). Nesta reflexão pretendemos associar a aprendizagem ao longo da vida ao desenvolvimento profissional do professor, pois parece-nos que, também este, no âmbito do desempenho da sua profissão e de forma a dar resposta aos desafios com que se confronta, precisa de valorizar as suas competências, fazer uma reciclagem constante dos conhecimentos e refletir sobre todos os processos e dicotomias que o rodeiam. 

O conceito de formação de professores enquadra-se um processo historicamente contextualizado que visa o desenvolvimento de competências para responder a uma sociedade, a uma comunidade e a uma escola em permanente atualização. Na perspectiva de Pineau “formar-se, dar-se uma forma, é uma atividade mais fundamental, mais ontológica, do que educar, ou seja, erguer-se ou alimentar-se. Formar-se, é reconhecer que não existe à priori nenhuma forma acabada que seja dada do exterior. Essa forma, sempre inacabada, depende de uma ação. A sua própria construção é uma actividade permanente. Estes 'dar-se forma' permanentes abrem um horizonte quase infinito de práticas pessoais e sociais, profissionais e culturais, físicas e metafísicas. Mas ao lado destas múltiplas formações formais emerge, cada vez mais, a importância da face escondida, na sombra, do que os pedagogos chamam educação informal e não-formal”. 
Os docentes que não se (con)formam encontram muitas vezes em situações de formação informal ou não formal desafios maiores. Como é o caso dos Moocs, já tive oportunidade de frequentar um (change.mooc.ca[1]) com Stephen downes, Terry Anderson e outras personalidades de reconhecido mérito e embora não seja certificado e não atribua títulos ou créditos constituem desafios maiores. Pois, abriram-se novos caminhos na aprendizagem on-line e obrigando-nos a repensar os tempos e os espaços, ampliando os espaços e momentos de ensino e aprendizagem. Como refere Dias (2001, p.37) “a web é um meio para assistir o processo de aprendizagem, durante o qual os alunos navegam na multidimensionalidade das representações flexíveis e distribuídas, estabelecem redes de relações entre os conteúdos e entre os membros da comunidade, e através das quais participam num processo de aprendizagem colaborativo”. O autor salienta que “nos ambientes colaborativos, a aprendizagem é orientada para o aluno, em vez de estar centrada no professor, e o processo de construção de conhecimento compreende a interacção entre pares, a avaliação e a cooperação. O ensino on-line permite criar contextos favoráveis à participação e colaboração no aprender a aprender e na construção do conhecimento, numa perspectiva holística e integrativa”(Dias, 2001, p.28). 
Apesar de já ter partilhado uma semana de formação presencial com Terry Anderson, nunca teria tido oportunidade de o fazer com todos os dinamizadores reconhecidos deste Mooc, em simultâneo, sem sair de casa e praticamente sem custos ou como é referido na literatura desta área, aprender a qualquer hora, em qualquer lugar e ao meu ritmo. Este Mooc concedeu-me ainda a oportunidade de partilhar informação com indivíduos que têm interesses comuns aos meus de todo mundo.

Termino, referindo que a inovação e a formação são processos intrínsecos, num percurso educativo, que podem conduzir a uma concepção cultural e construtivista, mas ao mesmo tempo colaborativa, através da qual os professores desenham o seu processo de desenvolvimento como resposta aos dilemas e problemas que a mudança de práticas lhes vem colocando e onde há cada vez menos espaço para (con)formações. 

Referências Bibliográficas

Canário, R. (1999). Educação de Adultos: Um Campo, uma Problemática. Educa: Lisboa.
Dias, P. (2001). Comunidades de aprendizagem na Web. In Novas Tecnologias na Educação. Revista Inovação (Vol. 14, Nº3). Lisboa: IIE.

sábado, 18 de maio de 2013

Conversas com Informática sobre o balanço do primeiro ano de aplicação das novas metas curriculares


O ano letivo 2012/2013 foi um ano de mudança para a disciplina de TIC. A disciplina passou a ser lecionada mais cedo no 7º e 8º ano, com metas curriculares, que vieram alterar a filosofia da disciplina de TIC.
O episódio do "Conversas com Informática sobre o balanço do primeiro ano de aplicação das novas metas."  foi transmitido em direto  e pode ser visto aqui!




Moderador(es): Carlos Nunes
Convidados:
Fernando Mendonça (Professor de Informática e co-autor das metas curriculares de TIC)
Fernanda Ledesma (Professora de Informática)

O Hangout não estava muito colaborador, foi preciso fazer algumas alterações de úlitma hora,  mas dá para perceber.

O que acontece numa sala de aula no séc. XXI

O que acontece quando vira as costas numa sala de aula do sec. XXI?
Quando lecionamos como se nada tivesse mudado nos últimos 30 anos, assim como se o saber estivesse apenas e só na mão, diga-se na "boca", do professor e no manual, como se houvesse uma única via para chegar à solução. Deparamos-nos com situações idênticas às da imagem em baixo.  
O aluno já descobriu que não e o professor?
O aluno tem na mão uma porta gigante que com alguma facilidade consegue sair da sala de aula à procura de situações do seu interesse. Como saciar esta sede de "sair" da sala? ou como poderá o professor "acompanha-lo"? Proibir ou integrar continua a ser a minha questão?

Questões sem repostas únicas e sem receitas para o sucesso...

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dia Mundial da Internet "Espelho Meu, Espelho Meu"


17 de maio é o Dia Mundial da Internet ou também o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação.  
A Internet, como a conhecemos hoje, é o palco, no qual se podem  (re)escrever ou (re)contar  muitos contos infantis. Por exemplo, “Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém Mais Bela do que Eu”  do conhecido conto da branca de neve, pode ser substituído por “Espelho Meu, Espelho Meu! Há alguém mais presente do que eu” na Internet.

Hoje, à distância de uns cliques podemos fazer pesquisas e reunir dados sobre qualquer assunto ou qualquer individuo, a Internet mostra uma boa parte do "Eu , pessoa, Eu profissional, no meu caso  a professora, a bibliotecária, a investigadora, a comunicadora e a especialista nas TIC.
Então, procurei ...



1 140 020 é o número obtido em poucos segundos, agora bastaria juntar os retalhos.

Muitas vezes, também um espelho invertido ou retorcido  da vida de cada um que a frequenta. Pois, a Internet reflete todos os valores advindos daqueles que a construíram, dos que a usam e a modificam.  Afinal, tal como viver em sociedade, não seria possível dissociar ações e valores e, assim, o mundo virtual torna-se espelho do real.

A internet provocou uma mudança no dia-a-dia das pessoas, na forma como comunicam entre si, como procuram informação, compram bens e serviços, entre muitas outras ações do quotidiano.

Cabe, a cada um nós seguir quem tem objetivos comuns e criar "nós de valor" na rede. Com quem aprendemos, com quem podemos dialogar e partilhar. Então, podemos dizer que neste “bazar de loucos” aprendemos uns com os outros

domingo, 12 de maio de 2013

3º episódio das "Conversas com Informática"

Retirei do website da ANPRI para divulgação...
3º episódio das "Conversas com Informática" (Balanço do primeiro ano de aplicação das metas curriculares)
O ano letivo 2012/2013, foi um ano de mudança para a disciplina de TIC. Além da disciplina ter passado a ser lecionada mais cedo, passando do 9º ano para o 7º e 8º, neste ano letivo também se começaram a aplicar as novas metas curriculares, que vieram alterar a filosofia da disciplina de TIC.
Chegando ao fim do ano letivo, é a altura ideal para fazer o balanço do primeiro ano de aplicação das novas metas.
Este episódio do "Conversas com Informática" será transmitido em direto na próxima 3ª feira (dia 14), pelas 21 horas.
Tal como nos episódios anteriores, a primeira parte da discussão contará com dois convidados que farão o balanço deste primeiro ano de metas e na segunda parte contaremos com a participação de todos os espetadores, para enriquecer ainda mais a discussão.
Nesta discussão também serão discutidos os resultados do Questionário "Metas curriculares (balanço do primeiro ano de aplicação)" (http://www.anpri.pt/mod/feedback/view.php?id=379), para o qual vos convidamos desde já a preencher.
Data: 14 de maio 2013
Inicio: 21:00
Moderador(es): Carlos Nunes
Convidados:
Fernando Mendonça (Professor de Informática e co-autor das metas curriculares de TIC)
Fernanda Ledesma (Professora de Informática)
Mais informações em http://www.anpri.pt/course/view.php?id=33
Link para assistir em direto:  www.youtube.com/user/ANPRIPT 

sábado, 11 de maio de 2013

Infografia dos Museus de Setúbal

Os meus alunos do 11º ano do Curso Profissional de Técnicos de Turismo, elaboraram um infográfico na disciplina de TIC, escolhendo uma área relacionada com o seu curso, sobre a qual encontraram  informação disponível no website Portada – na área da cultura - Os Museus do município. 

Para recolher informação acessível e atualizada recorreram às tecnologias, navegando e pesquisando na internet que os pode ligar ao mundo inteiro, através de um clique. Fizeram uma visita aos museus, nos quais recolheram panfletos de divulgação e documentos que gentilmente lhes cederam. Também aplicaram um questionário online, nomeadamente através do facebook, para o qual definiram previamente o público-alvo (habitantes do concelho de Setúbal, estudantes em Setúbal ou indivíduos que trabalham ou desenvolvem a sua atividade profissional no concelho de Setúbal) com o objetivo recolher dados sobre o nível de conhecimento dos inquiridos sobre os museus existentes no concelho.




Resultados do  questionário


Pelos dados recolhidos, com a aplicação dos questionário, verificou-se que apenas 36% dos inquiridos sabe que existem 5 museus em Setúbal. O museu que tem mais visitas é o Convento de Jesus/Museu de Setúbal, seguido do Museu do Trabalho. O Museu Sebastião da Gama é o que menos visitas recebe, talvez por se situar fora da cidade. 

Pelas visitas que fizeram e pelos documentos recolhidos puderam observar que os museus deixaram de ser compreendidos, apenas como casas onde se guardam relíquias de um certo passado, pois todos dinamizam atividades e se vão renovando de forma de forma a atrair o seu público.